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Um mês dedicado às Vocações

Olhando a realidade das vocações sacerdotais e religiosas, constatamos que, de modo geral, diminuem. Hoje, há mais vocações para o clero diocesano do que para as congregações religiosas masculinas. Verificamos que os rapazes se decidem mais pelo sacerdócio ou pela vida religiosa do que as moças pela vida consagrada. Quais serão as motivações que impulsionam os jovens? Que testemunhos de vida procuram e não encontram? Por que será que o sacerdócio e a vida religiosa, como são vividos hoje, não atraem e não encantam os jovens  e as jovens? Será o estilo de vida? Será a falta de opções missionárias ou o quê?

Hoje os jovens e as jovens tomam as suas decisões de vida, para a vida consagrada ou matrimonial, com mais idade. Para muitos, só depois dos estudos universitários, ou seja, dos 23 aos 30 anos. Também adiam a sua decisão vocacional, por causa das crises enfrentadas, por exemplo, afetivas. O que pode ajudar os e as jovens para um amadurecimento humano e afetivo, fundamental para a decisão, é um namoro assumido com seriedade e uma responsabilidade no trabalho de cada dia.

Uma outra constatação importante no mundo de hoje: neste tempo em que se vive exaltando a importância do momento presente, sem outros compromissos futuros, notamos que os jovens têm medo de se comprometer definitivamente.

Diante da vocação matrimonial a ser valorizada, percebemos situações que não favorecem: famílias desintegradas, mudança de valores, influenciada pelos meios de comunicação social de massa e pela situação social. Assim, mudou a concepção do “para sempre”, comparando com o trabalho que é substituído pela aposentadoria; e com a profissão, que não é exercida para sempre e se pode mudar quando necessário. Dá para lembrar os versos do poeta Vinicius de Morais: “que nosso amor seja eterno, enquanto dure!”.

O que está faltando, hoje, para os jovens são testemunhos referenciais de vida, que mostrem que vale a pena doar a vida por Jesus e sua causa. Faltam modelos referenciais na Religião, na Igreja, na política, na economia, na cultura...É claro que não é uma afirmação absoluta: sempre existem pessoas dando testemunho do amor filial e fraterno de Deus, na simplicidade de suas vidas.

Como é importante que os jovens descubram um sentido pleno para as suas vidas, aprofundem e vivenciem a sua fé em Jesus Cristo, comprometidos com Ele e com a sua causa evangelizadora, numa vocação de serviço aos irmãos mais necessitados, lutando por uma sociedade mais solidária!

O chamado do Senhor é sempre concreto e se encarna na situação real de cada pessoa. Dentro dessa visão percebe-se que vocação e projeto de vida são dois aspectos inseparáveis de uma mesma realidade. O chamamento de Deus se dá através de sinais, que são interpretados à luz da fé e o caminho de realização intuído, descoberto, assumido e elaborado pelo jovem e pela jovem. O itinerário pessoal de fé, vivido no contexto da realidade, no confronto com a Palavra, lida e aprofundada no silêncio do coração e no grupo, levam ao discernimento que capacita para a resposta vocacional. O serviço, especialmente em favor dos excluídos, na entrega e na gratuidade, vividos como uma experiência da força libertadora da ação de Deus, predispõem à entrega total da vida a serviço do Reino.

Que neste mês de agosto, dedicado à oração, reflexão e ação nas comunidades sobre o assunto das vocações, com a temática principal do mês vocacional “Igreja como uma sinfonia vocacional” e o lema “Pedi, pois, ao Senhor da Messe” (Mt 9, 38), rezemos para que Ele envie trabalhadores e trabalhadoras para a sua Messe.

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